Luiz Fernando é contra a venda de bebidas alcoólicas nos estádios
Prevista para ser votada esta semana ou na próxima, no plenário da
Câmara dos Deputados, em Brasília, a Lei Geral da Copa traz um assunto
polêmico, com reflexos diretos na vida da população: a liberação do
comércio de bebidas alcoólicas nos estádios. Vice-líder da Minoria na
Casa, o deputado Luiz Fernando Machado (PSDB/SP) é categórico ao
afirmar sua posição contrária à medida. “Não concordo, em nenhuma
hipótese. Assim como o tabagismo, quaisquer outras drogas não combinam
com nada, principalmente com a prática de esportes”, ressalta.
O parlamentar cita inúmeros malefícios do uso contínuo do álcool.
“Beber, além de representar sérios riscos à saúde, contribui para
gerar comportamentos agressivos e estimular a violência. São inúmeras
as estatísticas que comprovam os perigos da associação do álcool e de
outras drogas. Trata-se de uma situação de saúde pública”, destaca.
Dados apresentados pelo Ministério da Saúde, em 2011, com base na
pesquisa do Vigitel - Sistema de Monitoramento de Fatores de Risco e
Proteção para Doenças Crônicas Não Transmissíveis por meio de
Inquérito Telefônico – corroboram a preocupação de Luiz Fernando. O
estudo traz o perfil de hábitos que influenciam o cotidiano da
população. O consumo de álcool no Brasil, baseado no Vigitel 2010,
apontou que 18% dos brasileiros exageram no consumo de bebida
alcoólica. Houve ainda aumento considerável de álcool pelos jovens.
Machado enfatiza que a ingestão de álcool também está relacionada ao
aumento dos acidentes com óbito no trânsito, à desagregação no
ambiente familiar, uma vez que a droga estimula atitudes violentas,
além de trazer alterações no organismo e nas rotinas das pessoas.
Na Câmara, a expectativa é de que seja mantida a redação original do
projeto do Executivo no que se refere a bebidas alcoólicas, que apenas
suspende a restrição imposta pelo Estatuto do Torcedor. Dessa forma ,
a venda de bebidas nos estádios ficaria liberada em âmbito federal,
mas proibida nos estados que possuem legislação própria, como São
Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará, Bahia e Rio
Grande do Sul. Já a oposição defende a aprovação de uma emenda ao
texto retirando a liberação.