domingo, 7 de fevereiro de 2010

O modelo de segurança pública no Estado de SP chegou ao seu limite.

Nesta semana vimos estampado nas capas dos jornais de todo o estado o que significa a falta de uma política consistente e de valorização dos profissionais da área de Segurança Pública. Os números de homicídios e o recorde histórico de roubos nas cidades paulistas evidenciam, de fato, a falência do modelo de segurança adotado pelo governo tucano.
O número de homicídios aumentou no estado pela primeira vez em 10 anos. Em 2009, foram registradas 4.771 vítimas. Em 2008, 4.690. O fator preocupante é que esse número foi puxado pelo interior, o que mostra uma tendência de aumento de violência em cidades com número menor de habitantes. É a prova de que o modelo não responde às necessidades da população.
Tivemos uma piora generalizada nos índices de crimes. O estado bateu recorde de roubos em 2009, chegando a 257 mil ocorrências, 18% acima do ano anterior. Casos de latrocínios (roubos seguidos de morte) cresceram 14% em relação a 2008. As ocorrências de extorsão (mediante seqüestro) subiram de 60 casos em 2008 para 85 em 2009.
A população sente na pele a falência do modelo de segurança. O enfrentamento em praça pública da polícia civil e militar que vimos em 2007, é a demonstração mais evidente de que a política demotucana chegou ao seu limite.
São anos de precarização da segurança pública e de outras políticas públicas sociais como educação, saúde, esporte e cultura. Os dados da Execução Orçamentária do Governador José Serra, de janeiro a outubro de 2009, levantados pela Bancada do PT na Assembleia Legislativa, demonstram sua retirada das políticas de segurança.
Enquanto o governo paulista teve um gasto de R$ 254 milhões em publicidade, apenas R$ 2,4 milhões foram destinados ao policiamento escolar. Até outubro, o governo gastou somente R$ 155 milhões, dos R$ 650 milhões disponíveis com policiamento comunitário. O investimento nas instalações da polícia civil do estado está muito aquém das expectativas. No orçamento foram disponibilizados R$ 42 milhões. Mas, até outubro, apenas R$ 18 milhões foram empenhados, ou seja, menos de 50%. Já o investimento na inteligência policial recebeu apenas R$ 135 milhões, dos R$ 253 milhões destinados.
Não há dúvidas que São Paulo precisa urgentemente de uma política pública estruturada de segurança pública que garanta não só o bem estar físico e social da população, como também a ressocialização de infratores.
Ao contrário disso, o que vemos em São Paulo são unidades superlotadas, com condições indignas de sobrevivência e que pouco ou nada contribuem para a ressocialização. Vemos ainda o Governador anunciando presídios em cidades sem qualquer critério, sem ao menos dialogar com a comunidade e gestores municipais. O Governo mostra seu autoritarismo ao anunciar via edital a construção de unidades, desesperando prefeitos, vereadores e comunidades que, depois arcam com as demandas sociais e econômicas resultantes da instalação.
Vemos ainda Governo Serra onerando os cofres dos municípios, responsabilizando-os de diversos serviços que seriam de sua competência como aluguel de imóveis, combustível de viaturas policiais, cessão de funcionários entre outros.

Penso que a segurança pública deve ser um debate central da sociedade. É preciso formular o papel que o Estado tem que cumprir na segurança pública e qual modelo queremos construir. Segurança tem que ter o controle social, tem que haver participação, instrumentos e mecanismos de controle.

Devemos debater as medidas alternativas, a política de ressocialização, prevenção por meio de programas culturais, educacionais para a juventude vulnerável ao mundo do crime, investimentos na infraestrutura de setores carentes entre outros. Devemos, sobretudo, discutir uma política de valorização dos profissionais da segurança.

É preciso parar de discutir somente a expansão das unidades prisionais no estado.

Nenhum comentário:

Destaques desta Quarta, 02 de Outubro de 2013

Destaques desta Quarta-Feira, 02 de Outubro de 2013 Política Marina diz confiar em Deus e na Justiça para registrar Rede Política Comissões apresentam novo marco legal para telecomunicações Geral Câmara do RJ aprova plano de cargos e salários de professores Cidadania Mais de 842 milhões de pessoas passam fome no mundo Geral Avanços em saneamento básico são insuficientes, aponta estudo Copa 2014 Campanha busca combater exploração sexual em megaeventos Entrevista Miss Brasil ora antes do título e dedica coroa ao pai falecido Saúde Farmacêuticos podem prescrever remédios vendidos sem receita

Programa SEBRAE - Para as micro e pequenas empresas.

Programa SEBRAE - Para as micro e pequenas empresas.
click aqui e ouça...

Utilize nosso conversor de moedas.

Ajude o Grendacc.

Ajude o Grendacc.