Coronel diz que leis de progressão de pena deveriam ser mais duras
O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Álvaro Batista Camilo, disse em entrevista ao R7 que mais ação do governo federal e uma mudança na legislação ajudaria a combater a criminalidade no Estado.
Camilo disse que não está satisfeito com os números divulgados pela SSP (Secretaria de Segurança Pública) de São Paulo nesta quarta-feira (28) que apontam, por exemplo, um aumento de 5% no número de casos de homicídios dolosos (com intenção de matar) na capital paulista, se comparado com o primeiro semestre de 2009.
Para ele, a PM não pode se acomodar enquanto uma pessoa estiver sofrendo violência. Camilo defende que para reduzir ainda mais a violência, seria necessária a participação do governo federal e do Poder Legislativo.
– O que precisa é uma participação maior da área federal, com patrulhamento mais forte das áreas de fronteira. Tem que trabalhar forte também na legislação. Quando o juiz solta um condenado, ele cumpre a lei.
Na opinião do coronel, as leis de progressão e relaxamento de pena (que colocam o condenado em regime semiaberto, por exemplo) deveriam ser mais duras.
– Pode ser que as penas totais até diminuam, mas o condenado tem que cumprir toda ela preso.
Camilo destacou que “independente de mudança de legislação, desde 1999 estamos melhorando os indicadores”. Segundo a SSP, houve uma redução de 70% no número de assassinatos desde 1999 até hoje.
O coronel atribui as quedas na maioria dos índices de criminalidade na comparação entre trimestres ao trabalho da polícia somado com o bom momento econômico que o país vive.
- Toda vez que a gente tem uma crise econômica, principalmente como essa que tivemos, aumentam os crimes de furto e de roubo e, por decorrência, aumenta a criminalidade. O inverso é verdadeiro. Quando a crise passa também há uma melhora, mas não aconteceria de forma sistemática sem a ação da PM.
Violência "epidêmica"
Os dados divulgados na quarta-feira (27), pela SSP mostram que na comparação entre os segundos trimestres de 2009 e 2010, houve queda na quantidade de assassinatos dolosos na capital. No total, de abril a junho de 2010, foram 284 crime deste tipo cometidos na cidade. No mesmo período de 2009, foram 325 casos (uma queda de 13%). Porém, a diminuição não foi o suficiente para amenizar a alta de 23% do primeiro trimestre e diminuir o total dos assassinatos dos primeiros seis meses do ano.
O número de casos não reflete necessariamente o número de pessoas mortas, pois crimes de homicídios podem ter mais de uma vítima. Em nota, a SSP diz entender que “o crime contra a vida está sob controle em São Paulo”.
Em todo o Estado, segundo a secretaria, houve uma queda de 2% - de 2.317 assassinatos de janeiro a junho de 2009, para 2.278 no mesmo período deste ano. Os dados do 2º trimestre ajudaram a diminuir o total do semestre no Estado. No primeiro trimestre deste ano, o total de homicídio foi o mais alto desde 2007 no Estado.
O texto enviado pela assessoria de imprensa da SSP afirma que os homicídios no Estada caíram 70% desde 1999, de 35,27 por 100 mil habitantes para 10,69 para cada 100 mil habitantes. A OMS (Organização Mundial da Saúde) considera que a violência é "epidêmica" quando esse número está acima de dez.
Nenhum comentário:
Postar um comentário