
Para quem não se lembra, o advogado Friedenbach é pai de Liana, estudante morta aos 16 anos com o namorado Felipe Silva Caffé, 19, em 2003, por um grupo liderado pelo adolescente conhecido como Champinha. Já Keiko é mãe do menino Ives, que foi assassinado aos oito anos por sequestradores, em 1997.
Apesar de terem propostas e opiniões diferentes, e de suas candidaturas não terem ligação uma com a outra – Keiko concorre pelo PSB e Friedenbach é candidato pelo PPS – ambos avaliam que o governo tem deixado a questão de segurança de lado, como disse o advogado ao R7.
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- Vejo as autoridades absolutamente despreocupadas, até porque elas estão blindadas dentro de seus carros, então não é uma preocupação deles. Além disso, assuntos muito polêmicos dividem opiniões e a classe política quer sempre ficar no senso comum.
Embora o assassinato de Liana tenha reaberto a discussão sobre a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos, o advogado é contra a medida. Uma de suas principais propostas é o que chama de “responsabilização de todo menor que comete crime hediondo”. Neste caso, o adolescente seria submetido à avaliação psiquiátrica para verificar se tem consciência do crime que cometeu e, em caso positivo, ser emancipado para poder responder criminalmente pelo delito.
Já Keiko e o marido Masataka Ota lideraram um abaixo-assinado pela aprovação de uma lei que propõe a instituição da prisão perpétua agrícola com prazo de cem anos, em casos de crimes hediondos. Mesmo tendo obtido mais de dois milhões de assinaturas – entregues ao Congresso em 1999 – a proposta ainda está parada na Casa.
- O nosso Código Penal é ultrapassado. E a gente pede que eles [os deputados] deem uma resposta sobre a proposta lei, mas eles não fazem nada. Então eu decidi sair candidata porque a questão precisa ser encarada por alguém que tenha isso como prioridade mesmo.
Justiça
Friedenbach nega que a candidatura tenha como motivação o desejo de vingança, mas, assim como Keiko, admite a vontade de cobrar por justiça.
- A minha atitude até hoje deixa claro que eu não sou um justiceiro. Se eu fosse justiceiro, eu teria saído dando tiros por aí. Não acho que seja uma questão de ser justiceiro, mas é uma questão de buscar justiça.
Os candidatos dizem acreditar que mesmo quem não foi vítima da violência possa se identificar com suas candidaturas, como disse a mãe de Ives Ota ao R7.
- A luta contra a violência é uma bandeira de todo mundo, não só de quem perdeu alguém de forma brutal. Porque hoje o problema é do vizinho, mas amanhã pode ser meu também.
Marina Novaes, do R7.
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