
MORADORES
A cabeleireira Maria Ivone Jesus dos Santos, 34, que mora há nove anos no local com o marido e a filha adolescente, estava dormindo quando ouviu os vizinhos gritando que a favela estava pegando fogo.
Segundo Maria Ivone, o fogo se alastrou tão rapidamente que ela perdeu quase tudo que estava na casa, inclusive uma máquina de lavar que ganhou há três dias do marido.
"Só deu tempo de salvar a minha gatinha, a bíblia, o microfone que eu louvo ao senhor, uma TV e a CPU do computador", disse a cabeleireira.
O metalúrgico desempregado, Marcos de Santana Almeida, 25, foi surpreendido pelo incêndio quando chegava em casa com a mulher Laiane Almeida Santana, 16. Eles perderam tudo no incêndio.
Quando viu o fogo a reação de Almeida foi ligar para a mãe para avisar que estava bem. "Vi as paredes da minha casa desabando e comecei a chorar de desespero", disse.
Almeida disse que só deixa o local quando receber uma posição da prefeitura para onde as famílias serão levadas ou o pagamento de auxílio aluguel. " Já tem protesto pelo país, a gente para tudo", disse Almeida
PREFEITURA
Segundo o subprefeito do Ipiranga, Luiz Henrique Girardi, pelo menos 60% da favela foi condenada pelo fogo e 17 moradores buscaram atendimento no Hospital de Heliópolis, vizinho à favela. A prefeitura ainda não sabe informar se há mortos no incêndio.
Funcionários da prefeitura estão na quadra da escola de samba samba Imperador do Ipiranga, próximo do local do incêndio, fazendo o cadastro dos moradores afetados para a distribuição de cobertor, colchões, cestas básicas e kits de higiene.
Segundo Girardi, a subprefeitura ainda não possui o número de moradores afetados, mas está estudando um local para a abertura de um abrigo. " Já deu para perceber pelo número de pessoas que nem todos terão casas de parentes para se abrigar, precisamos nos preparara para o pior", disse.
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